sábado, 28 de dezembro de 2013

Diário de viagem- Chile (Parte 1)

Confesso que há um ano atrás mal eu imaginava que hoje estaria vivenciando a minha segunda viagem missionária transcultural. Deus é bom, evidentemente sim! É incrível como Deus mexe e remexe as coisas, agindo e cooperando para o encontro de pessoas que buscam coisas semelhantes com o único objetivo de levar as boas novas do seu imensurável amor. O que aprendi na primeira viagem e o que tenho aprendido no percurso dessa segunda viagem, excedem minhas inúmeras tentativas de resumi-las em palavras. 
É muito cedo para dizer e colher todos os aprendizados; é muito cedo para compreender por inteiro essa vida missionária que te faz juntar as moedas, amontoar as roupas e partir. Porém, tenho chegado a compreensão que isso de ser missionário é parte de uma vida integral e diária do cristianismo que nos propomos a tentar viver. Eu necessariamente preciso levar a Cristo em todos os meus atos, como conversamos ontem em uma reunião, as pessoas precisam olhar para mim e verem Cristo. Todos somos missionários, alguns permanecem enquanto outros vão, porém, todos são. A grande comissão convoca a todos, não exclui ninguém, até porque que seguidores de Cristo seríamos se não irradiassemos a luz que Nele é? Poderíamos ser tudo, a começar uma farsa, menos cristãos.   
Antes de chegar aqui no Chile, conhecemos as cataratas de Foz do Iguaçu, ficamos dois dias em Buenos Aires, viajamos horas e horas cansativas de ônibus, dormimos no aeroporto. Em todas essas oportunidades, antes da missão propriamente dita, nós tivemos a chance de demonstrar o amor de Cristo, uma vez que essa história de separar o profano do sagrado dicotomiza demais a vida e cria um abismo para todo aquele que precisa ser amado pelo amor de Jesus. As pessoas se sentem amadas por Deus através daqueles que dizem conhecê-lo, porque somos canal dele aqui na terra, suas testemunhas, seus missionários, despenseiros da graça experimentada. Já disse Paulo : “Ai de mim, se não anunciar o Evangelho”. Digo eu: “Egoísmo conhecer tão maravilhoso amor e não querer partilhá-lo, isso demonstra que na verdade, não pode ser o mesmo amor”.
Se você decidiu ler meu texto esperando que eu contabilizasse para quantas pessoas já falamos sobre Jesus, quantas almas ganhamos (¬¬) ou toda e qualquer contagem vã de números, me desculpa, não posso me entregar a um evangelho que se resume a isso. Estamos aqui, seja no Brasil, Chile ou Groelândia para construir vínculos de amor que anunciam aquele que primeiro nos amou. É bacana toda essa proposta de viagem missionária, todavia, vazia se ela não for entendida em todos os setores da vida e vivenciada em todos os dias.
Bem, sobre La Serena eu farei outro post, ainda ficaremos aqui até dia 10 de janeiro, com muita história para contar e compartilhar…
Trabalho realizado com crianças em La Serena