terça-feira, 7 de maio de 2013

Só na pressão?

         Conheci ele há uns 3 anos, se não me engano. Gostei, gostei muito. Uma voz não muito comum a aquelas que a gente tá sempre acostumado a ouvir. O nome dele era Thalles Roberto, um desconhecido da maioria das massas consumidoras de cds no meio evangélico. Seu discurso humilde me fez acreditar, num pequeno lampejo de esperança, de que ele não ia se corromper ao mercado gospel, aos shows e toda essa maracutaia que é o mercado gospel. Mas não, ele seguiu a carreira da fama, heresias e vexame. 
         Teve a polêmica da limousine com o Thalles, uma lá que as pessoas concorreriam a uma voltinha em uma limousine com a quarta pessoa da trindade (sim, ele está se sentindo isso, só pode!!). Ele desmentiu essa promoção e eu acreditei com minha cara de tacho...só que não. E ainda, ele teve a petulância de dizer o seguinte: "Eu não sou artista, sou pastor. As pessoas que me acompanham não são fãs, são ovelhas. Tenho muito respeito e temor pelo chamado que o Senhor me confiou". Ai que engraçado e comediante esse moço. 
         Tem os seus escândalos e profetadas nos seus shows. Sim, eu já fui em um show dele e posso falar sobre tal fato. Uma amiga foi em um show que ele deu uma toalinha ungida. Ouvi que em outro show dele ele fala para uma mãe de um usuário de drogas que o menino seria liberto das drogas só com outra toalinha ungida dele. O sangue de Jesus, pra que, né? E uma das últimas, ele postou uma foto no seu instagram chorando por conta do Espírito Santo. Na hora lembrei desse versículo: “E quando vocês orarem, não sejam como os hipócritas. Eles gostam de ficar orando em pé nas sinagogas e nas esquinas, a fim de serem vistos pelos outros. Eu lhes asseguro que eles já receberam sua plena recompensa” (Mateus 6:5). Não preciso dizer mais nada sobre esse caso, não é?
         Tudo isso e mais outras coisas foram me desgastando com relação a ele. As letras das suas músicas sem cabimento e todo mundo lá levantando as mãozinhas e cantando. Aí, ontem descubro mais uma nova polêmica dele. A sua nova música Filho meu, é uma heresia sem tamanho, na qual Deus chora e leva porta na cara. Fui tentar escutá-la e consegui por 2 minutos.
         Não apenas pela heresia em si, mas algo me fez refletir sobre essa música. Ela está mostrando a forma que nossa geração está com relação ao evangelho, a forma que estamos permitindo que multidões aplaudam heresias, que seja normal e aceitável esse estupro público da palavra de Deus. Thalles Roberto é apenas um dos que mostram o reflexo desses novos cristãos que se dizem protestantes, mas que nunca ouviram falar sobre Lutero e nem sequer sabem coisa alguma sobre as Solas. Novos convertidos preocupados em suas experiências espirituais, em serem dos 3 que eles nem mesmo conhecem. Só na pressão? Oi? Cristãos que da boca pra fora exaltam a Deus, porém seus corações estão corrompidos de si mesmo, estão cheios e cobertos de idolatria por aquilo que o cantor disse no show e determinou na música. Se o cantor disse isso na música pra que eu vou na bíblia procurar a veracidade dos fatos? Cristãos de massa, de manipulação, de achismos que cantar sobre si mesmo é adorar e louvar ao único digno. Cristãos que são levados a acreditar que indo no show do cantor gospel algo está sendo feito pelo Reino, como se Deus precisasse disso. Como se Deus chorasse, fosse um fraco e bobalhão. Ridículo demais essa teologia de um deus pidão e que sente dor. Sério, estou com dó desse deus.
         Enfim, é preocupante demais toda essa situação, a forma que as coisas concernentes a fé cristã estão caminhando me assustam e machucam meu coração com força. Temos nos omitido com aquele velho papo de que cada um se acerte com Deus e deixamos que mais e mais pessoas sejam tragadas por um evangelho falso e herético. Se você não concorda com o que vê, porém, se cala diante disso, você está contribuindo para a decadência do evangelho. Não é porque algumas coisas da fé são inexplicáveis que tudo será sem um mínimo de lógica, Deus não é burro, nem esquizofrênico. Ah, Deus também não tá chorando porque alguém o rejeitou, a dor e choro eterno são daqueles que não se renderem ao amor provado pelo filho unigênito.
         E como sou contra a formação fechada de opiniões, segue a música para você analisar e tirar suas próprias conclusões.  
          




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