terça-feira, 27 de novembro de 2012

Sobre esperar há muita divagação

Sobre esperar há muita divagação e cada um espera do jeito que lhe convêm. E as esperas por mais subjetivas que são, viram no fim os mesmos assuntos.
Eu esperei por algo, muito tempo. Sofria todos os pesos sobre e com relação a essa espera. Dizia que não me importava em esperar, aquilo me dava vida. Não, não, não. Aquilo não me deu vida. Aquilo tirou, não sempre, pedaços do meu hoje. O futuro é distante, muitas vezes inalcançado por minhas mãos.
Aprendi que o inalcançado, de duas uma, um dia será alcançado ou nunca deverá ser tocado. Compreender tudo isso foi um caminho de extremas e continuas entregas e renúncias. Continuamente é um caminho.
Sempre vinha aquela parte da bíblia, lá de Eclesiastes 3, que Deus tem um tempo determinado para tudo. Ok! Eu acredito firmemente nessa palavra, porém, inúmeras vezes a usei como desculpa ao meus apegos, as minhas teimosias erradas se firmaram feito raiz nessa espera. Acredito o quanto isso foi importante para a minha vida, o quanto aprendi e o quanto de respostas que obtive. Só que agora questiono se toda a intenção divina já teve, por agora, um fim e eu esteja alucinando.
Hoje, eu liberto essa espera da raiz profunda fincada antes no meu coração. Me submeto a ação do tempo certo de Deus, mas já não quero, nem desejo mais, me prender ao futuro tão distante com tanta força. Vou planejar a vida, sonhar com o nome dos meus filhos, sonhar com a minha casa no meio de um lugar cheio de neve, esperar o dia que meus olhos contemplarão a aurora boreal mais linda. Porém, me darei o direito de viver o meu hoje, a relação com meu pai, a cumplicidade com meu irmão, o companheirismo e risada dos meus amigos, as noites mal dormidas nas semanas de provas, as demais e outras surpresas desse caminho de espera, que espera, mas que nunca para, mesmo nos dias de descanso, mesmo nos dias que eu quiser desligar o celular e ficar off line.
A espera é parada e paradoxalmente cobra de nós sempre um não parar. O caminho é a paciência, que produz experiência e depois esperança (Romanos 5:3-4). A esperança vem do que experimentamos. E experimentar algo só se torna real quando agimos e nos movimentamos com esse ideal. Vamos nos auto oferecer uma chance de que as coisas possam ser diferentes, para que as esperas sejam provadas e mostrem o quanto valem a pena. Claro, tudo debaixo e diante da vontade de Deus. Se não for dessa forma, muitos dos caminhos serão frustados e de maneira nenhuma a perfeita, boa e suprema vontade de Deus.
"Aquieta o teu coração", eu tive que aquietar o meu. Aprendamos a valorizar o real sentido das esperas e do esperar.

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