sábado, 28 de dezembro de 2013

Diário de viagem- Chile (Parte 1)

Confesso que há um ano atrás mal eu imaginava que hoje estaria vivenciando a minha segunda viagem missionária transcultural. Deus é bom, evidentemente sim! É incrível como Deus mexe e remexe as coisas, agindo e cooperando para o encontro de pessoas que buscam coisas semelhantes com o único objetivo de levar as boas novas do seu imensurável amor. O que aprendi na primeira viagem e o que tenho aprendido no percurso dessa segunda viagem, excedem minhas inúmeras tentativas de resumi-las em palavras. 
É muito cedo para dizer e colher todos os aprendizados; é muito cedo para compreender por inteiro essa vida missionária que te faz juntar as moedas, amontoar as roupas e partir. Porém, tenho chegado a compreensão que isso de ser missionário é parte de uma vida integral e diária do cristianismo que nos propomos a tentar viver. Eu necessariamente preciso levar a Cristo em todos os meus atos, como conversamos ontem em uma reunião, as pessoas precisam olhar para mim e verem Cristo. Todos somos missionários, alguns permanecem enquanto outros vão, porém, todos são. A grande comissão convoca a todos, não exclui ninguém, até porque que seguidores de Cristo seríamos se não irradiassemos a luz que Nele é? Poderíamos ser tudo, a começar uma farsa, menos cristãos.   
Antes de chegar aqui no Chile, conhecemos as cataratas de Foz do Iguaçu, ficamos dois dias em Buenos Aires, viajamos horas e horas cansativas de ônibus, dormimos no aeroporto. Em todas essas oportunidades, antes da missão propriamente dita, nós tivemos a chance de demonstrar o amor de Cristo, uma vez que essa história de separar o profano do sagrado dicotomiza demais a vida e cria um abismo para todo aquele que precisa ser amado pelo amor de Jesus. As pessoas se sentem amadas por Deus através daqueles que dizem conhecê-lo, porque somos canal dele aqui na terra, suas testemunhas, seus missionários, despenseiros da graça experimentada. Já disse Paulo : “Ai de mim, se não anunciar o Evangelho”. Digo eu: “Egoísmo conhecer tão maravilhoso amor e não querer partilhá-lo, isso demonstra que na verdade, não pode ser o mesmo amor”.
Se você decidiu ler meu texto esperando que eu contabilizasse para quantas pessoas já falamos sobre Jesus, quantas almas ganhamos (¬¬) ou toda e qualquer contagem vã de números, me desculpa, não posso me entregar a um evangelho que se resume a isso. Estamos aqui, seja no Brasil, Chile ou Groelândia para construir vínculos de amor que anunciam aquele que primeiro nos amou. É bacana toda essa proposta de viagem missionária, todavia, vazia se ela não for entendida em todos os setores da vida e vivenciada em todos os dias.
Bem, sobre La Serena eu farei outro post, ainda ficaremos aqui até dia 10 de janeiro, com muita história para contar e compartilhar…
Trabalho realizado com crianças em La Serena


terça-feira, 3 de setembro de 2013

Confissões de uma ex-neopentecostal arrependida

Inspirada e motivada pelo vídeo Confissões de um ex-neopentecostal, para você que já começar dizendo que estou plagiando o rapaz. Me senti impelida a realizar o mesmo processo de confissão e dizer: ME ARREPENDI (Graciosa e linda ação do Espírito Santo)!

Já acreditei em:
(PRE-PA-RA que agora é a hora do show da vergonha alheia)

-Unção do riso
-Oração contra maldição hereditária (Sim,até fiz quebra de maldição de umas piras da minha família aí)
-Acreditei em umas ideias aí de cura e libertação interior (Mexer com o passado, como se Cristo não tivesse chego em minha vida e tivesse feito TUDO novo, as coisas velhas foram passadas. O que tem poder sobre a minha vida é Cristo, não potestade, não demônio, não macumba ou qualquer outra coisa ruim que possam ter declarado sobre mim! Isso que meu pai avisou que eu tava viajando, deveria ter escutado ele) 
-Ficar chapada no Espírito Santo (Claro, o Espírito Santo consolador também é uma versão de droga ilícita. HERESIA MASTER MEGA POWER SHURIAS)
-Dei o dízimo esperando o ressarcimento (Dízimo é uma aplicação monetária no reinos do céus)
-A liberdade para o Espírito Santo foi tanta que eu dei um grito no meio de um culto
-Sapatiei na cara de Satanás (Até hoje escuto ele dizendo: Pára, ungida!)
-Me achei a ungidona super mega master blaster do sapatinho de fogo
-Orei forçando as pessoas a orarem em línguas estranhas
-Fiz posição de receber unção com as mãos
-Orei colocando a mão na barriga da pessoa porque assim o Espírito Santo batizava mais fácil (Whata?)
-Pensei que certos tipos de hinos faziam Deus agir com mais fluidez na congregação
-Cantei músicas colocando Deus no lugar de meu capacho e servo 
-Os irmãos que não choravam, não estavam sentindo a presença de Deus
-Não escutar o que os demais tipos de credos professam, porque SÓ EU SEI DA VERDADE (Na verdade, a Verdade,Caminho e Vida que me encontrou e me ensinou a respeitar todas formas de fé em amor)
-Música do mundo tem poder sobre a minha vida (O quê?)
-Sei que tenho outros absurdos, mas eu não consigo lembrar de mais nada. 

Por mais engraçado que pareça, sinto profundamente por ter vivido as coisas citadas acima. Mas, Deus em sua infinita graça, bondade e misericórdia tem aberto meus olhos, todos os dias, me mostrando com seu amor e cuidado, todos os desvios da minha vida cristã. Sinto uma dor profunda no coração vendo as pessoas entregues a tais tipos de crenças, ritos de passagem e demais absurdos que estão totalmente fora do Evangelho centralizado na Cruz! Falo não com o intuito de magoar pessoas que possuem essa visão, mas para que elas, assim como eu, possam ser reencontradas com o verdadeiro ensinamento Bíblico, que coloca Cristo ,e somente Ele, no centro da fé. Indico a todos que estão entregues a muitas das teorias ali de cima, que revejam a fé que possuem, leiam a Bíblia com o coração disposto a toda correção que Deus possa trazer, entendendo sempre que a BÍBLIA É FEITA DE CONTEXTOS, MOMENTO HISTÓRICO E CIRCUNSTÂNCIAS. Não tenho intuito de causar revolta de membros contra suas igrejas, quero que as igrejas sejam verdadeiramente Igrejas de Cristo, apesar de toda imperfeição de que somos feitos. Quero ver uma revolução que venha do coração de Deus na vida de cada cristão, sem que se inverta o real chamamento da igreja, que de maneira nenhuma se restringe aos de dentro, porque ela alcança os de fora. Diante de todos esses absurdos, só estamos afastando mais as pessoas do real amor de Cristo. Diante de todos esses absurdos a Igreja não tem sido relevante na sociedade, se fechando ante seus achismos e doutrinas antropocêntricas, capitalistas e que jogam em um lixo qualquer a MARAVILHOSA GRAÇA de Deus para conosco.
Hoje, estou me recuperando de tudo isso. Hoje, 1 dia antes de "comemorar" 1 ano de blog da Não Conformação, vejo como Deus usou esse blog para que eu fosse entendendo meus erros. Você pode perceber que a medida do tempo, muitas coisas foram mudando. Não foi o blog, foi a palavra revelada de Deus que me mostrou meus erros, continuamente mostra, na verdade. Não busque revelação, profetada de homens, que são passíveis de erros, mas procure a Cristo! Procure-o na Bíblia.Seja por ele ouvido na oração. Mostre ele amando as pessoas, servindo, escutando, abraçando, sendo paciente, respeitoso. Colha os frutos do Espírito Santo, a saber: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança (Gálatas 5:22). Particularmente, preciso ainda muito da ação do Espírito Santo para alcançar tais frutos, estou no processo da formação de Cristo, e você? Estamos continuamente, pecando, aprendendo, tentando e admitindo, todos os dias, que carecemos da graça de Deus. Ou deveria ser assim. 
Cada um tem uma experiência particular de encontro com Deus, não pegue a minha experiência como padrão. Mas espero que ela te inspire a querer buscar o verdadeiro e único digno. Fuja de todo lobo em pele de cordeiro, desconfie, duvide, perca totalmente a tua esperança no homem e a encontre unicamente em Cristo. 




 

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Oh, meu Deus (a que ponto chegamos)!

   
    O último vídeo do porta dos fundo fez o que queria, gerar polêmica. O nome do vídeo é "Oh, Meu Deus!". Para quem não viu ele se resume em uma moça que está fazendo um exame ginecológico e quando é examinada pelo médico, ele vê a imagem de Jesus exatamente lá....sim, onde você está pensando. Isso me trouxe a tona coisas nas quais ando meditando há algum tempo sobre o Cristianismo, em âmbito de Brasil.
    Esse vídeo não é o primeiro episódio de humor com relação a fé das pessoas, em especial ao cristianismo. Eu não encaro tudo como uma ofensa, muitas coisas são engraçadas e no fundo trazem reflexões que podem ser sadias, porém, a que ponto chegamos! Se o Evangelho está sendo ridicularizado alguma coisa está errada. Claro, que uma extrema falta de respeito é evidenciada por aqueles que fazem tais ridicularizações, mas, onde está a nossa parcela de culpa? Temos ou não temos culpa pelas vias de fato?
    Eu acredito que nós cristãos temos sim culpa por permitir que tais fatos aconteçam e que o nome de Jesus seja machucado e sujo dessa maneira vulgar. Porém, é hipócrita se indignar com isso, criticar ferozmente os autores de tais piadas, mas viver uma vida que por si só envergonha a Cristo. Se existem brechas para criticarem o erro está totalmente em quem critica? Sem a intenção de ser advogada do diabo, se coloque na posição de analista da situação e perceba o quanto a única vítima é Jesus. Você o ridiculariza quando não ama o próximo como a você mesmo ou quando briga com teus pais, quando bebe em excesso, quando é tomado por orgulho, quando você estupra, quando você rouba, quando deixa a carne prevalecer sempre e sempre.
    No entanto, independente das manifestações que ridiculizem o nome dele, o nome dele está sobre todo nome. Independente do que façamos para que realmente as pessoas tenham razão de acusações, ele está acima disso. Piada nenhuma pode ser capaz de diminuir as obras das mãos dele e o sacrifício da Cruz. Ele mesmo disse que o amor de muitos esfriaria, e como esfriou. Antes de condenar com tuas palavras de juiz, que você nem é, ore por nossa sociedade tão vazia, tão necessitada de ridicularizar o Único digno, tão desconhecedora do Cristo Ressureto. Ore para que o Brasil tenha igrejas compromissadas em anunciar um evangelho sério e comprometido, não perfeito e sem falhas porque isso é impossível, porém, que não aceite com ações de amor toda ofensa, toda piada de mal gosto. Precisamos mostrar que Jesus é muito mais que um personagem de uma piada infeliz.
     O Jesus da minha lembrança é esse que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens. E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra. E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai (Filipenses 2:6-11).


  

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

A morte não é o problema

    



    Hoje a fala de uma conversa aleatória com um professor me fez questionar certas questões do tipo intocável e delicadas. O que ele simplesmente nos disse foi: "Médico não gosta de falar de morte". Médico, enfermeiro, padeiro, você e eu. E por que falar sobre a morte é tão complicado? Cai um pedaço da língua ou temos medo? Temos medo. Temos certo receio de citá-la nas conversas sobre a vida, nos tratamentos médicos, nas conversas familiares. A gente não dá a dimensão para a morte até que ela afete pessoas próximas e amadas, só que passado o impacto da perda, diminuídas as saudades, esquecemos facilmente da brevidade dos dias e vivemos e planejamos como se fossemos imortais. Primeiro, não temos tanto tempo. Segundo, vamos morrer, pessoas morrem como pessoas nascem.
     Há um sério problema quando o assunto é morte. Nos corredores e cotidianos hospitalares você ouve muito sobre como curar o paciente, qual o tratamento mais adequado, porém qual é a morte mais adequada? Até que ponto o tratamento trata? Infelizmente estamos em uma cultura que artificializa tudo, inclusive a morte. O parto já não é natural, por que a morte seria? Nascemos de parto cesáreo e morremos entubados e sozinhos em um leito de UTI. Morremos depois de passarmos dias e dias enfiados em um hospital passando por tratamentos agressivos, invasivos, que podem sim prorrogar os dias, mas nos afastam do convívio familiar dos nossos últimos dias e dos prazeres antes do tratamento usufruídos. Não estou desmerecendo os tratamentos médicos, a intervenção de medicamentos e demais ferramentas em prol da saúde, seria estranho eu, futura médica, desprezar o conhecimento que a medicina vem me propiciando. Mas talvez a minha experiência particular, no intercurso da doença e morte de minha mãe, pude analisar melhor até que ponto há tratamento e até que ponto há vida.
     Minha mãe morreu não no dia 02 de dezembro de 2010, morreu quando o tratamento dela desmereceu suas dores, desmereceu a vida que ainda restava, quando ela deitou na cama do seu quarto e percebeu que nem mais os cabelos poderia pentear. Quem se importou com isso? Eu não me importei. Ninguém se importou no resto de vida que ela tinha, se importaram em quantos dias o tratamento poderia prorrogar sua vida, mas aquilo era vida? Ninguém perguntou se ela gostaria de comer um pedaço de jaca ( a fruta que ela amava). Ninguém quis dar o último pedaço de jaca da vida dela porque ninguém queria aceitar que ela estava no seu findar dos dias. Quando ela entrou no hospital, naquele conturbado 30 de novembro de 2010, eu sabia que ela estava partindo. Ela não queria ficar lá, ela pediu para ficar em casa, enquanto ainda restava uma pequena porção de consciência. Porém, não, ela precisava de tratamento. A gente precisava ver o remédio entrando por suas veias e precisava do desespero de ver que ela não tinha mais função renal pela sonda vesical completamente vazia. Os órgãos foram paralisando, sua respiração mais ofegante e mais distante, o coração cada vez batendo mais rápido e se despedindo a cada segundo que passava. No soro doses e doses da morfina que ela negou tomar por desconhecimento e teimosia. A cada visita médica aquele olhar de desesperança e no fundo me falando que não havia mais jeito. Estávamos lá, trancafiados em um quarto de hospital, esperando da boca pra fora algum milagre e do coração pra dentro o último suspiro dela. Lembro com clareza que horas antes da sua morte, resolvi cantar ao pé do ouvido de minha mãe as músicas que ela gostava e aquilo acalmou claramente o seu coração. Eu deveria, talvez, ter cantado nos outros dias. Não sei. Optei que ela ficasse no quarto e pudesse morrer conosco, e foi o que aconteceu. Ela morreu de mãos dadas comigo e não sozinha em uma cama de UTI. Apesar de no fim de sua vida não ter tido o tratamento que desse mais vida e não mais dias, ela morreu com o calor de nosso amor, morreu cercada por quem a amava e hoje sente saudades. Acredito que tudo isso fez parte de planos maiores que desconheço por completo. Mesmo sendo cedo, posso dizer que a parte da medicina de cuidados paliativos muito me atraí, porque ter perdido minha mãe me fez não ter problemas a falar abertamente sobre a morte.
    Não sou contra o tratamento, uma pessoa que merece uma morte com qualidade, merece da mesma forma tratamento até o último momento de vida. Sou contra o tratamento que desmerece a ação da natureza na progressão da morte de uma pessoa. Sou contra toda a intervenção que não alivia a dor e só prorroga o sofrimento. Sou contra quem pensa como eu, mas nega tratamento curativo quando o paciente ou a a família solicitam que seja assim. A opinião do paciente sempre prevalece. Porém, temos ainda muito enraizado na nossa sociedade que a única ação de cura obstinada é efetiva e de qualidade, se o médico oferece a possibilidade de uma qualidade de vida mais digna e uma morte mais tranquila ele está se negando a fazer tudo que deve ser feito. Só que até que ponto há esse limite?
    Qual é o limite de uma vida boa e o limite de uma vida que não é mais de qualidade e prazerosa ao paciente? Lembro-me que quando questionei minha mãe, semanas antes de sua morte, sobre o fato de que se a morte fosse o remédio para todo aquele sofrimento desgraçado ela aceitaria. Com poucas palavras e certo tom de pesar, ela me respondeu que sim, porque aquela vida não era mais a vida que ela sonhou em ter, nem tampouco, sonhou morrer daquele jeito. Vai dizer que você nunca imaginou sua morte como ir dormir e nunca mais acordar? Eu muitas vezes me pego pensando qual tipo de morte eu terei? Quero uma que seja aquele tipo de morte vivendo.
    É tão bonito no filme quando a mocinha descobre uma doença terminal e resolve viajar pelo mundo a fim de realizar os últimos sonhos dela...no filme é bonito. A questão não é o morrer, é o aceitar como algo que acontece na vida, seja na vida de jovens, adultos, idosos ou até mesmo crianças. Além do mais, a minha visão pessoal de mundo me faz acreditar que existe alguém soberano que diante sua vontade dá ou tira a vida conforme o plano assim proposto por Ele. Se a vida é um milagre, morrer dignamente é outro maravilhoso milagre também. Há uma esperança na morte que essa vida terrena nunca poderá garantir. E no fim, a morte só é um problema pra quem não sabe onde vai chegar depois dela.  

Uma música que lembra a minha mãe e toda a luta contra o câncer que durou 3 anos e meio. Sinto saudades, hoje já não dói, a ferida cicatrizou. E hoje olho para a cicatriz e vejo o quanto ela ensinou e ainda ensinará. O fato é que a  morte ensina aqueles que com ela querem aprender, pois não há remédio para ela, só fica a saudade e aquilo que nos concedemos a aprender.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Um Chico de "Joãos e Marias"

Talvez ele seja só mais um personagem histórico forjado de marketing e uma sacada super inteligente da Igreja Católica. Falo talvez para mostrar um pouco do meu lado desconfiado das coisas, e até de certa forma, pessimista.
Sim, vou falar do (fofíssimo, pra mim) novo pontífice da Igreja Católica Apostólica Romana, dona de tantos escândalos, detentora de uma história que é muito indignante a qualquer um que conheça meramente uma pequena porção dela- me incluam na parte indignada com a história deles. Independente dessa história, não querendo chamar ninguém de santo ou demônio, nem idolatrar a imagem de Jorge Mario Bergoglio, preciso mostrar a minha admiração ante a este senhor. Tenho acompanhado algumas de suas falas e discursos, dei um follow pra ele no meu twitter, li algumas notícias sobre a JMM e fico muito inspirada com as ações tomadas por ele, não todas (é claro!).
Como cristã, não dá para menosprezar as atitudes cobertas de simplicidade, humildade e compaixão tomadas pelo Papa Francisco. Provavelmente não só a Igreja Católica estivesse precisando de um líder nessa estirpe, como também todos os cristãos, independente de serem católicos ou protestantes, precisavam de uma imagem que servisse de exemplo de humildade. Não concordo com tudo que ele faz, acho um verdadeiro absurdo certas linhas seguidas pela Igreja Católica, vejo muitas heresias e deturpações no quesito de interpretação das escrituras sagradas. Mas essa imagem que ele passa me traz a tona muito daquilo para que Cristo nos chamou e ensinou. Seja a imagem dele sincera ou mera forçação de barra, para dar uma limpadinha na imagem toda suja e manchada da Igreja. Fora dessa redoma de visão, devemos olhar para o papa e nos inspirar quanto o amor ao próximo.
Achei muito interessante e válido o papa pedir que as pessoas orem por ele, porque o que menos vemos é isso, um líder se colocando em um mesmo lugar de seus liderados, destituindo os patamares já estabelecidos que geralmente geram segregação e descaracterização. Jesus andava de igual para igual com seus discípulos, mesmo ele sendo Jesus, o filho de Deus. Claro que Jesus é Senhor e o papa é um homem como qualquer outro, como eu e você. Ele é homem como eu e você, sujeito as mesmas tentações e escolhas, sendo que ele parece optar pelo caminho da simplicidade, um caminho sem tantas regalias a ostentar,que quebra protocolos e se preocupa com quem merece a preocupação. Se ele é da teologia da libertação, ainda não sei, só que é notório a sua preocupação com os menos favorecidos e com a ação social, que é dever da igreja que se intitula de Cristo, porque obrigatoriamente (entenda por compromisso) precisa anunciar o amor. E existe forma mais maravilhosa de anunciar o amor estendendo a mão a quem nada tem?  
Se o Papa Francisco não passar de mais um personagem fictício da história da igreja católica apostólica Romana, que seja. Não estou aqui dizendo para olhar agora para a imagem do papa e simplesmente esquecer todo o passado obscuro da igreja católica. Ele não é santo e sem pecado, ambos somos pecadores, eu, você e ele. Ele não é perfeito, imaculado, digno de honra e louvor. Mas você não pode negar, que ele é um exemplo vivo e eficaz daquele tipo de pessoa que te inspira bons sentimentos, bem ao menos pra mim é assim.
E oremos pelo papa, como ele pediu. Oremos também por nossas autoridades eclesiásticas, políticas e sociais.



E se você quer saber se sou católica, não, eu sou cristã protestante reformada e os demais sobrenomes ainda estão em fase de desenvolvimento ;)

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Prenúncios de um novo tempo

Vamos um dia acordar mais apaixonados pela vida. Acho que vai chegar a hora, é preciso que ela chegue, que a história do outro não deixará de ser menos importante que a nossa própria. Vamos nos disponibilizar a cruzar a ponte dos nossos preconceitos, a quebrar os muros das nossas próprias ignorâncias e pecados. Não será insuportável e falso ser tolerante. Ainda dá pra acreditar. Ainda dá pra ser realista e sonhador, por que não? As pessoas ainda serão permitidas a terem sonhos absurdos, poderão escrever com tinta e vida as suas escolhas. Não podemos deixar de crer, por menor que seja o nosso lampejo de esperança, que juntos podemos e conseguimos mais. Ninguém vai muito longe sozinho e se for, no fim cairá despedaçado junto com seu coração. Ninguém vai perder sua parcela de culpa, mas não vai depositá-la em quem não a pertence. Os adultos ainda podem ser a projeção que fizeram na infância. Sim, é utópico acreditar nisso, na verdade, isso não vai acontecer mesmo. Não vai porque estamos acostumados em nos conformarmos, em simplesmente ver uma realidade e aceitá-la pronta, ainda mais aquelas que dispõem nosso esforço em prol do outro. Somos muito egoístas quando se trata do outro e preguiçosos quando se trata de nós mesmos. Estamos nos motivando, geralmente, pelos motivos errados, com certezas invertidas e alvos que trazem ao centro o que deveria permear as beiradas de quem somos. É utópico acreditar que o amor transforma quando não deixamos ele nos transformar. É mais fácil pôr no foco os erros e tirar do foco o que orienta de fato, porque erro nenhum orienta, pode até ensinar, mas não traz ação genuína, não motiva e só gera desesperança na vida. O que nós precisamos é de esperança. O que nós precisamos é de ações feitas em amor, em prol da esperança e sem nunca desacreditar que a chave de toda mudança está em nós, no conjunto que somos juntos. Prenúncios de um novo tempo, talvez melhor em amar, porém, não tão mais fácil como antes, chegam para mostrar que vamos sim um dia acordar mais apaixonados pela vida.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Queria...

Queria me calar ante a tua miséria corrompida pela tua riqueza.
Queria me calar ante a tua ignorância mesclada por conhecimento.
Queria simplesmente deixar pra lá toda a sujeira que suja teus altares levantados.
Infelizmente eu queria fazer parte dessa massa de manipulação dos teus poderes instaurados, mais uma ovelha para o teu rebanho de ovelhas mudas, sem nome, história, mas com o depósito de todo mês para a tua gorda conta.
Eu queria dizer amém para toda baboseira que você chamasse de verdade.
Eu queria fazer parte do teu batalhão de vitoriosos, ricos, bem-sucedidos...alienados.
Eu não queria ser recalcada com o valor da tua glória, honra e majestade.
Queria provar todos os dias da porção do teu poder.
Mas eu acho que pra mim não há mais jeito, as tuas palavras já não tocam meu coração, nem dos meus olhos saem lágrimas diante os teus discursos tão prontos e automáticos. A tua voz que grita já não entra mais pelos ouvidos, nem tampouco chega e muda uma pequena porção no coração. Já não levanto mais as mãos como antes, não vale a pena profetizar as vitórias dessas vida que um dia logo acaba.
Queria dizer que os incensos queimados na tua casa parecem ter cheiro agradável, mas eu estou me sinto nauseada demais.
A paz que você prega violenta o meu peito.
A graça que você levanta desgraça a minha existência.
O deus que você chama de deus é um personagem limitado a aquilo que você com veemência declara.
Queria ser aquele tipo de pessoa que bajula quem morre aos teus pés.
Queria me assentar nas tuas cadeiras mais altas e nobres.
Queria nadar a favor da correnteza que te segue, que te busca, que investe tempo e dinheiro em ouvir as tuas verdades tão presas a vida que pode ser boa.
Infelizmente, para a tristeza terrena minha, escolhi um caminho que parece desconectado do teu, um caminho que me mata todos os dias, que me chama a negar quem sou, que me diz que em tudo eu devo dar graças. Eu não posso fazer parte da tua história, nem você fazer parte da minha, porque nós estamos desconectados por aquilo que a maioria acha que nos conecta.
Você anuncia um cristo e eu vivo-ou tento, viver a semelhança de outro.
Você é pecador como eu, mas não admite o quanto tá errado, levando pessoas ao erro e menosprezando quem ousou timidamente questionar as tuas inverdades.
Só queria que você soubesse que eu não posso ser o que você quer que eu seja.



sábado, 27 de julho de 2013

A Ele

Não posso esquecer que você é o centro.
Não posso esquecer que você é a caminho.
Verdade.
Vida.
Não posso desprezar que você é Santo.
Senhor.
Amigo.
Exemplo.
Mestre.
Não posso esquecer que teu é o centro.
Não posso esquecer que tua é a honra.
Você é majestade.
Glória.
Louvor.
Tudo seja para exaltar o quão digno você é. 
Você é a cabeça.
Se desfez da glória para ser homem.
Se desfez da majestade celestial para morrer em uma Cruz.
Ressurreto.
Rei.
Alfa.
Ômega.
Tem nas mãos as chaves do inferno e da morte.
Autor.
Consumador da minha fé.
Aquele que redime. 
Aquele que se fez ponte de acesso.
Aquele que rasgou a vida e sangrou.
Morreu a morte.
Viveu a vida.
Graça.
Amor.
E teu é o reino, para todo sempre. 
Amém.

E tudo aquilo que te tira do trono, não vem de ti, não serve para mim e de maneira nenhuma garante vida eterna.

Sola Gratia,Sola Scriptura, Solus Christus,Sola Fide e Soli Deo Gloria!



segunda-feira, 22 de julho de 2013

Desculpa moço, mas você tá fora do contexto

"Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam"
João 5:39

    Mil desculpas, não quero chegar aqui para te atrapalhar, só que moço, você tá falando coisas fora do contexto. Desculpa moço, moça, senhor, senhora, senhorita (felino, não reconhecerás), mas tem muitas coisas erradas, não que eu seja dona da razão pra te apontar isso ou dizer aquilo, só que larguem mão de pegarem um texto e tirar ele do contexto. Largue mão de subverter os valores das palavras que foram colocadas exatas em um exato contexto e colocá-las naquilo que apraz, naquilo que os torna meros donos da razão de ovelhas cegas, que não devem questionar e pensar acerca das coisas que acreditam.
   Infelizmente a nossa atual igreja brasileira tem vivido tempos de um caos instaurado por versículos mal interpretados, retirados de um contexto e colocados grosseiramente em outros. Tem se retirado as primícias da vida cristã, tem se substituído a integralidade da bíblia por alguma dúzia de versículos aleatórios que condicionam uma vida terrena vitoriosa, com um jesus cheroso, um deus que recompensa seus preferidos à medida que eles realizam suas aplicações do dízimo e um espírito santo que te tornará poderoso. Uma geração que levanta as mãos e é incitada a profetizar, determinar, declarar e colocar Deus no lugar de servo de suas vontades, um escravo que serve e que somente ME AMA (me ama, ele me ama).
    Esses textos fora do contexto estão nos afastando vertiginosamente da essência pura e simples do cristianismo, estão tornando tudo como meros rituais sincretistas e um prato cheio para todos os lobos em pele de cordeiro. Só que o mais interessante nisso tudo é que a mesma bíblia usada para enganar com textos fora do contexto está ali, o acesso é o mesmo para o enganador e o enganado. Aí me pergunto, quem está sendo enganado por um evangelho herético e sem Cruz, está sendo enganado em sua ingenuidade ou está sendo enganado por pura preguiça de amar e entender as escrituras sagradas? A bíblia se tornou mero adorno que fica embaixo no braço, que você usa para apontar os pecados alheios e esquece que todos os erros começam e partem do teu próprio coração. 
    Uma coisa que aprendi é que texto fora do contexto se torna um prato cheio para charlatão fazer o café da manhã, almoço e jantar. E outra que aprendi com Chorão do Charlie Brown Jr é que tanta gente equivocada faz mal uso da palavra, falam, falam o tempo todo mas não tem nada a dizer.
    Por isso sempre examine tudo que falarem como mensagem de Deus nas escrituras sagradas, mas examine atentando para o contexto ao qual está inserido o versículo, procure a palavra no original e o seu sentido literal, procure entender a época na qual o texto foi escrito. Questione, pergunte, tenha dúvidas, porque as dúvidas te incitam a raciocinar, a fortalecer os pilares da tua fé e não faça como ouvi certo dia: "Ah, eu prefiro ficar com o que eu sei. Tô salvo e pronto". Se dedique ao estudo das escrituras, você não precisa ser teólogo, porém, precisa entender aquilo que Deus revela através da palavra dele e do seu insodável querer. 
    E para finalizar mais um pouquinho de Chorão:
Eu vi de perto o que neguinho é capaz por dinheiro. Eu conheci o próprio lobo na pele de um cordeiro. Infelizmente a gente tem que tá ligado o tempo inteiro, ligado nos pilantra e também nos bagunceiro. 


     
Sola Gratia,Sola Scriptura, Solus Christus,Sola Fide e Soli Deo Gloria!

quinta-feira, 11 de julho de 2013

A desgraça da graça

"Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus." 
Efésios 2:8

   Conforme alguns dicionários desgraça significa miséria, angústia, desfavor, acontecimento lamentável, o que é muito mau, infelicidade. E aí você quer saber qual é a desgraça da graça?

A desgraça da graça é quando você acredita que algo além dela pode te salvar ou te garantir o lugar de predileto de Deus.
A desgraça da graça é quando você a confunde com falta de justiça divina.
A desgraça da graça é quando você se acha menos pecador que os outros.
A desgraça da graça é quando você a limita a teus sofismas, paradigmas e achismo.
A desgraça da graça é quando você acha que a alcança diante tua busca, como se ela já não tivesse sido alcançada com o ápice da Cruz e do Cristo crucificado.
A desgraça da graça é quando você a limita aos teus certos e errados.
A desgraça da graça é quando você a esquece e a menospreza por coisas que são tão insignificantes.
A desgraça da graça é quando você a mede por horas de oração, horas de jejum.
A desgraça da graça é quando você dá um prazer maravilhoso e gostoso pra tua carne mesmo sabendo que é pecado.
A desgraça da graça é quando você quer dá nome aos bois das coisas mais banais da vida.
A desgraça da graça é quando você se torna um irracional abitolado espiritualizado.
A desgraça da graça é quando você ora sem coração arrependido pelos teus pecados.
A desgraça da graça é quando você substitui a verdade revelada da bíblia pela tua busca de emoções momentâneas, fugazes e inúteis.
A desgraça da graça é quando você a busca em todos os cantos e recantos e esquece de procurá-la em Cristo.
A desgraça da graça é quando você procura a oração de fulano de tal e esquece que graças a ela temos livre acesso a Deus.
A desgraça da graça é quando você diz que as ações da tua carne são ações do espírito consolador.
A desgraça da graça é quando você não se redime ante a esse amor.


    Mas não que a graça deixará de ser graça se você a colocá-la por desgraçada, ela nunca precisou de você , ela nunca se sujeitou ao que o homem fez ou deixou de fazer, porque Ele foi lá e a fez real. A graça é o que importa, o que salva, o que justifica, o que redime, o que atraí, o que te faz querer entregar e rasgar toda a tua vida e história aos pés de uma cruz. E por mais que a coloquem como a pregação de outro dia, por mais que ela não seja a mensagem mais lembrada nos nossos dias atuais, ela é o cerne de toda pregação verdadeiramente cristã. Sabe, aquela pregação que traz o genuíno arrependimento que vem pela ação graciosa do Espírito Santo de Deus. Sim Deus, aquele que amou o mundo de tal maneira e deu seu filho unigênito. Sim, a graça te faz ter acesso a isso tudo, sem que você inverta os papéis, os sentidos e os porquês da fé que diz professar. 
     E ainda bem que os desgraçados desde o princípio somos nós, sempre fomos e na eternidade deixaremos de ser. Amém!  

Sola Gratia,Sola Scriptura, Solus Christus,Sola Fide e Soli Deo Gloria!


  


segunda-feira, 8 de julho de 2013

Mudei de igreja e agora?

Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho! E por isso, se o faço de boa mente, terei prêmio; mas, se de má vontade, apenas uma dispensação me é confiada.Logo, que prêmio tenho? Que, evangelizando, proponha de graça o evangelho de Cristo para não abusar do meu poder no evangelho.Porque, sendo livre para com todos, fiz-me servo de todos para ganhar ainda mais.E fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus; para os que estão debaixo da lei, como se estivesse debaixo da lei, para ganhar os que estão debaixo da lei.Para os que estão sem lei, como se estivesse sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os que estão sem lei.Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns.E eu faço isto por causa do evangelho, para ser também participante dele.Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis.E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível. Pois eu assim corro, não como a coisa incerta; assim combato, não como batendo no ar. Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado.
1 Coríntios 9:16-27

    Mudei de igreja e agora? E agora a vida segue. As pessoas mudam, as direções mudam, mas o que importa é saber que Cristo continua sendo meu senhor e salvador. Cristo basta porque ele é a manifestação da graça de Deus, ele é suficiente e por seu sacrifício na cruz somos salvos e justificados, independente da visão teológica, seja arminiano, calvinista, reformado, pentecostal. Deus não vai e diz: "Ah, Joãozinho é pentecostal e tá salvo" ou "Mariazinha é calvinista e por isso ela tá garantida no céu", ele olha para Cristo e o vê em nossas vidas, nada mais!
    Explicando um pouquinho melhor a situação: Desde criança frequentei uma igreja tradicional, conheci a Cristo nessa denominação, lá também aprendi a amar a Bíblia, me batizei, fui apresentada quando bebê, tive meus primeiros envolvimentos ministeriais, discipulei pessoas, dei aulas na escola bíblia dominical, além de tudo, minha família faz parte do começo da história da convenção nacional. Lá também soube do meu chamado missionário. Sou muito grata a Deus por tudo que vivi nessa denominação, pelos amigos que tive, por todas as vezes que me fortaleci dentro daquelas quatro paredes, por tudo que aprendi, por ter crescido na minha vida espiritual . E é claro, sou grata por tudo que me deram oportunidade de fazer, até mesmo quando limpei banheiros sujos. Tudo foi um aprendizado que levarei pelo resto dos meus dias. Só que eu sempre soube que uma hora ou outra eu sairia de lá, ainda mais quando tive bem esclarecido a direção do meu chamado.
    Foi complicado admitir que meu tempo havia acabado porque eu tenho uma vida naquele lugar. Foi um árduo processo e continua sendo, mesmo que já façam praticamente 3 meses que mudei de igreja. Orei muito, busquei a direção de Deus na sua palavra, me aconselhei com pessoas de confiança e tudo aconteceu mais rápido que eu imaginava. Hoje estou em processo de adaptação na minha nova igreja e comunidade de fé. Por mais ondas e tempestades que se levantam ante a essa decisão, sei que Deus tem tomado a direção, a soberana vontade dele tem sido real, e no fim, me importa agradá-lo estando onde Ele assim desejou que eu estivesse. Só ele sabe do quanto eu precisava descansar, o quanto me foi necessário esse tempo de parada, de um aprendizado profundo diante todos os pilares e bases da minha fé. A casa foi remexida na tempestade e resistiu porque estava firmada na rocha.
     Durante esse processo perdi muitas coisas, claro que perdi, mas ficaram aqui comigo aquelas que serão para o resto da vida. Algumas pessoas se foram, ficou o que aprendemos juntos enquanto estivemos juntos, ficaram as lembranças, os abraços em domingos ocasionais ou encontros no shopping ao acaso.
    O que tenho aprendido nesse processo de mudança me faz entender melhor a graça e misericórdias de Deus, nunca as aprendi dessa maneria. Isso tudo tem me feito compreender melhor todos aqueles aos quais fui "chamada", vivendo na carne e no coração aquilo que me motivará a anunciar esse tão belo e majestoso amor que está impregnado na cruz.
     Aquele velho clichê que Deus não olha para placa de igreja é certo sim, mas precisamos estar no lugar onde aprove a Deus que estejamos, para que assim possamos frutificar no reino, para que possamos nos preparar ante as coisas que estão por vir. Bem, eu optei por estar cumprindo a vontade de Deus, por mais difícil que ela pareça ser, por mais tempestades que apareçam e questionamentos que me façam. Entendi que vale a pena toda a mudança porque mudanças nos trazem crescimento, maturidade, sabedoria e um tempo precioso de cuidado extremo do alto que chega a ser palpável.
    Não sou certa, sou do tipo bem miserável mesmo, porém, quem capacita é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo que pensamos ou pedimos na sua infinita bondade e amor.

P.S: Resolvi fazer esse post porque muitas pessoas estão me perguntando sobre minha mudança de igreja e de agora em diante essa será minha única resposta :)

Obrigada!

domingo, 26 de maio de 2013

Conversa musical- Mumford and Sons



     Mumford and Sons é uma das bandas que fala de formas amplamente profundas comigo sobre o cristianismo. Suas músicas sutilmente possuem a bela capacidade de darem tapas nas minhas objeções, nos meus pecados e nas minhas falhas diárias, cotidianas e de uma vida toda. Eles são a prova de que a música não precisa se intitular cristã para falar acerca do Reino e suas implicações na minha vida, suas implicações bem menos complicadas, porém, não menos complexas. Enfim, naquele papo de música edificante, Mumford me edifica muito, muito mais que muitas músicas que se dizem cristãs, porém que possuem letras que vão totalmente contra ao que a bíblia diz e ensinam erroneamente a multidão que as cantam. Não idolatro os caras, curto e aprecio a música deles que é de qualidade, tanto aos ouvidos como (principalmente) para a alma. Pensando nisso, esse post será composto de músicas deles falando sobre o Reino, uma conversa musical entre algumas de suas músicas.

"Pegue toda a coragem que te sobrou desperdiçada em consertar todos os problemas que você criou em sua própria cabeça. Mas não pergunte o preço que pago, devo viver com minha fúria silenciosa, domar os fantasmas na minha cabeça que correm soltos e me desejam morto. Essa noite eu peço: Senhor, perdoe todos meus pecados, pegue minha mão, vou estar no meu caminho.E agora meu coração tropeça em coisas que eu não conheço. Minha fraqueza eu sinto que eu devo finalmente mostrar. Empresta-me sua mão e nós venceremos todos eles. Você foi feito para conhecer o seu criador. 
Eu olho para cima, eu olho para cima, de joelhos e sem sorte, eu olho para cima. E chegará um tempo, você verá, sem mais lágrimas e o amor não irá quebrar seu coração, mas descartar seus medos. Supere sua colina e veja o que você encontrar lá, com graça em seu coração e flores em seu cabelo. Canto que a a
dorável graça, como é doce o som, salvou um miserável como eu. Eu estava perdido, mas agora fui encontrado. Era cego, mas agora eu vejo. Tua graça que ensinou meu coração a temer. E graça, meus medos aliviado. Quão preciosa a graça quando apareceu na hora em que eu acreditava. Através de muitos perigos, labutas e armadilhas eu já passei. Esta graça que me trouxe seguro até agora e vai me levar para casa.
Sei que tentei, eu não era estável. Corrompido pelo orgulho, sinto falta dos meus olhos otimistas, então segure minhas mãos... inspire, expire.
Está vazio no vale do seu coração, o sol se levanta devagar enquanto você caminha, pra longe de todos os medos e todos os problemas que você deixou para trás. Porém eu vou me agarrar na esperança e eu não vou te deixar sufocar,no laço ao redor do pescoço, e eu vou encontrar força na dor. E vou mudar meus caminhos,eu vou saber meu nome quando ele for chamado de novo. Você pega o que é seu e eu pego o que é meu, agora me deixe na verdade, a qual vai refrescar minha mente quebrada. Eu conheço meu chamado apesar dos meus defeito e apesar dos meus medos crescentes. Você pode entender dependência quando você conhece as mãos do criador.
Digo ao criador que 
eu irei me ajoelhar, conhecer meu chão. Agora serei corajoso assim como forte, usar minha cabeça ao lado do meu coração. Peço que ele pegue minha carne e  conserte meus olhos que amarraram a mente livre em mentiras. Levanto minhas mãos, pinto de ouro meu espírito e inclino minha cabeça, mantenho meu coração lento.
E esta sua taça tem um gosto santo, mas um combate com o diabo pode limpar sua mente e fortalecer seu caráter. Sou um grosseiro, mas não sou uma fraude. Eu parti para servir o Senhor. Porém
 me foi contado por Jesus que tudo estava bem, então tudo deve estar bem. Só suplico que ele mantenha meus olhos servindo e minhas mãos aprendendo". 


Ordem das músicas que apareceram no texto:
Little Lion Man
Lover's Eyes 
Awake my soul
After the storm
Amazing Grace
Lover Of The Light
The Clave
I will wait
Whispers In The Dark

sábado, 25 de maio de 2013

Amar dói



     Amar dói, dói sim, meu amor. Amar é escolher conjugar coisas boas, entre todos os sentimentos mais nobres, mas também escolher que uma hora ou outra vai doer. Porque quando você ama, você entrega um pedaço teu, sem esperar mais nada em troca porque isso é amor. Quando você ama, você fecha teus olhos, você quer estar junto, sentir o cheiro, respirar o mesmo ar. Quando você ama, você reparte quem é, o teu melhor e o teu pior, amam em conjunto. Você ama o melhor e o pior do outro também. E é isso que faz machucar, isso de não saber esperar o pior de quem se ama, não saber controlar o pior que podemos oferecer, sem realmente saber dimensionar o que tudo isso causa e gera tanto em nós como em quem amamos.
     O amor deve ser belo e pleno em toda sua essência, no entanto, ele deve ser um pouco realista, nem tão utópico, nem tão fugaz. Realista por estar se tratando de uma relação entre seres que erram. Não ser tão utópico para não cegar, porque amor é aquela sensação que te dá direção e paz. Amor vem das entranhas, é parido em breves eu te amo, em breves conversas, naquela vontade de ver o outro bem. O amor não precisa estar sempre perto para amar, o amor não precisa estar longe para se lembrar.
     Amar é não dar tanto valor para a tua própria vida, quando a vida do outro está a um fio é querer dar toda linha do teu carretel. O amor é querer oferecer o tubo de oxigênio que ainda te mantém vivo, sem esperar vida, sem esperar aplausos, sem esperar nada, nada mesmo, em troca. Amor é chamar de teu aquele que se deixa pertencer aos teus dias, aos teus momentos, aos afagos das tuas mãos e palavras. Amar é você dizer pra sempre, mesmo sabendo que uma hora o pra sempre acaba.
     O amor também te faz amenizar o adeus, mesmo que ele não entenda por completo porque as pessoas dizem adeus. O amor não cobra tudo aquilo que ele oferece, ele aprende a se doar, a estar continuamente lado a lado. Amar é aquele sentimento que apesar dos pesares te faz querer estar junto porque isso é o que basta para alegrar o coração.
     Amar dói, dói sim, meu amor. Ainda vai doer, já doeu, você sabe muito bem disso. E por mais que doa amar, ele não é masoquista quando verdadeiro, nem egoísta e irracional. Por mais que doa, ele anestesia muitas das lutas, ele faz prosseguir, ele dá chama àquela esperança que é apenas fagulha. Amar é estar disponível a dor. Amar é estar disponível a entrega. Amar é muito mais que dizer eu te amo e você reaprende isso apenas quando dá a si mesmo uma chance de amar e ser amado. Amor é reaprender todos os dias. Amor é o grito abafado de todos os bons sentimentos em um só.  




terça-feira, 14 de maio de 2013

A esperança é muito mais que uma memória

"Quero trazer a memória aquilo que me dá esperança"
Lamentações 3:21


     Como diz a música realmente esse mundo não vale o mundo, meu bem. Mas isso é motivo suficiente pra desacreditar na humanidade? É essa a tua desculpa para os teus gestos violentos, egoístas e no final de tudo masoquistas? Não, ainda vamos acreditar na rapaziada, por favor. Ainda vamos acreditar que enquanto um pai deixa uma família desamparada, outros 10 pais estão ralando todos os dias em prol de um dia melhor para seus filhos. Nesses pais eu incluo o meu. Enquanto somos bombardeados com as notícias da sujeira humana, religiosa e cega, vamos à procura de boas notícias, das boas histórias, de gente que luta por tornar esse lugar, que parece não valer nada, ter um valor real e digno de nos trazer no coração, na memória e nos dias esperança. Lembra daquela pessoa que um dia plantou uma flor em meio a algum deserto que você teve que passar. As flores ainda podem nascer bonitas no oásis, as árvores ainda oferecem sombra e descanso, e ainda há água para saciar a tua sede.
     Faça para os outros tudo aquilo que você espera que façam por você e mesmo que a gentileza não gere gentileza sempre, não desista de todos os dias levantar com o desejo de ser um ser humano um pouquinho melhor. Evite a guerra e faça amor. Evite as mãos que tapam os ouvidos para ouvir a versão do outro, respeite as crenças, as escolhas musicais, literárias, sexuais, políticas, científicas, teológicas. Se você quer respeito, no mínimo ofereça-o a todos, até para aqueles que batem o pé e desrespeitam tuas escolhas. Não existe melhor forma de calar do que oferecer o silêncio. Se você quer direitos, que eles não prejudiquem o direito do próximo, mesmo que o próximo seja um desconhecido. Ah, ajude um desconhecido. Não ajunte o amor, o espalhe!
     Sim, por mais utópico que seja acreditar puramente no amor, acredite nas pontes que ele quebra, nos muros que ele destrói e na forma maravilhosa que ele nos une, que ele se torna a única resposta plausível diante de tanta indiferença, crimes e intolerância. Amar é uma questão de doação, é dar a outra face, é se submeter, mas também saber a hora de falar e a hora de calar. Amar é a conjugação mais difícil, a prática mais complexa, o melhor dos ensinamentos. E você só vai aprender a amar, amando. No princípio era o verbo e por amor o verbo se fez carne para mostrar a perfeição de olhar com amor, tocar, acariciar, ensinar e deixou em seus ensinamentos as medidas certas e exatas do perfeito amor.
      Vá, caminhe por esse mundo que não vale nada, faça ele valer. Faça valer a sua existência, mesmo que piamente você acredite que ela acabe aqui. Que acabe aqui, porém, que seja acabada devido a tanto amor que você espalhou, a tanto respeito que você teve e a tanta gentileza tua que gerou outras gentilezas.Não se limite a amar em excesso. Seja uma explosão de amor. Seja um furação de esperança. Seja parte daqueles que não desistem ante as aflições, ao desespero, ao caos, a falta absurda de esperança e amor. Não queira a platéia para aplaudir tuas ações.Seja suficientemente bom no silêncio.  
     Tenha teus dias maus, depressivos, introspectivos, egoístas, mimados. Tenha as tuas aflições, o teu caos instaurado, as tuas dúvidas, as tuas lágrimas, os teus desejos particulares, as tuas quartas tediosas, os teus amores fúteis, as tuas decepções amorosas, as decepções com os amigos que se foram. Pode querer mandar tudo pra pqp,pode ter vontade de desistir e estar com o pé perto do balde pra chutá-lo. Se permita a ser o tipo humano complexo em sua composição que vai além de um corpo e seu conjunto de neurônios e sinapses, quem sabe até você vai ficar doente. Tudo bem. Porém, que tudo isso te torne uma pessoa mais compreensível, que você aprenda com todos os dias cinzas, para assim valorizar melhor os dias de sol, a tua casa com 4 paredes, teto e comida na mesa. Você só entende o valor das cores quando se depara com a falta delas.
     Por mais ferido que você esteja, por mais socos, pontapés e tapas que as pessoas possam ter desferido, ainda não deixe de acreditar, a começar por si mesmo. Não deixe pra depois as chances que se renovam a cada manhã, a oportunidade de ser diferente daqueles que ferem, que maltratam e machucam. Lance as sementes, mesmo no terreno mais árido. Lance as sementes, mesmo sabendo que algumas não darão frutos, outras até darão frutos que durarão pouco, e algumas raras e milagrosas serão frutos permanentes. E dos frutos permanentes não espere reconhecimento e louvor, porque se é por esse único motivo que você se move, com toda certeza, está plantando vaidade e colherá mais decepções.
     Esse mundo não vale o mundo, meu bem, e o que você tem feito para mudar isso? Traga a memória aquilo que dá esperança.


quinta-feira, 9 de maio de 2013

O mágico de Oz e a igreja


                Há muito tempo eu queria ler o livro do Mágico de Oz, escrito por L. Frank Baum. Mas nunca me ative a querer encontrar tempo, no meu vasto tempo ocioso. Hoje consegui lê-lo e foi uma leitura gostosa e muito rápida. O livro conta história de Dorothy, Espantalho, Lenhador de Lata e o Leão Covarde, sem esquecer do Totó, o cachorrinho de Dorothy.
                O começo da história é quando Dorothy vai parar na terra de Oz e deseja voltar para casa, porém ela não sabe como chegou lá e muito menos como sair. Ela é orientada a procurar o mágico de Oz , que provavelmente encontraria uma forma de levá-la de volta para casa. Para encontrar o mágico ela precisaria ir até a Cidade das Esmeraldas, seguindo pelo caminho dos tijolos amarelos.  Um caminho belo que vai se tornando escuro e sombrio. Então lá se vai Dorothy e Totó.
                Após um dia de viagem, eles conhecem o Espantalho que queria muito ter um cérebro, pois acreditava que tendo um cérebro ele poderia pensar e assim entender melhor o mundo ao seu redor. Colocando suas esperanças no mágico de Oz, ele se junta a menina e seu cachorrinho. O próximo integrante no caminho com destino a Cidade das Esmeraldas é o Lenhador de Lata que deseja ter um coração para voltar a amar. E por fim, Dorothy, Totó, Espantalho e Lenhador de Lata conhecem o Leão mais covarde do mundo, que se junta na procura pela ajuda do mágico, quem sabe aquele bichano deixaria de ser covarde com alguma porção mágica.
                Durante o caminho muitas são as dificuldades e percalços, porém, cada um com o seu problema- seja a distância de casa, a falta de um cérebro, a ausência de um coração e até mesmo um espírito não tão valente, independente disso, juntos eles perseveravam diante as dificuldades e cada dia estavam mais próximos da Cidade das Esmeraldas e do mágico de Oz. Até o dia que eles encontram o mágico, ah o resto você que já leu lembra e você que ainda não leu, leia. Sem spoiler por aqui.
                Foi inevitável a relação mágico de Oz e a igreja, a igreja na qual Cristo é o cabeça. A igreja iniciada com 12 homens e 1 senhor. Igreja que é formada por homens e suas imperfeições, dificuldades e aspirações. Homens necessariamente (ou deveria ser assim) desejosos pela renovação da mente do evangelho, pelo amar o próximo como a si mesmo, pela coragem de prosseguir no caminho da Cruz. E apesar dos atributos que lhes faltam, um ajuda o outro, um estende a mão para o outro. Uma igreja na qual os perfeitos são mera utopia e os imperfeitos se ajudam em prol do anunciar do nome do ÚNICO perfeito.
                E muito além da esfera igreja, a filosofia de companheirismo mostrada na história é assim igualmente aplicável em todos os nossos relacionamentos e esferas da vida. Por mais que cada um possua seus defeitos, seus medos e buscas diferentes isso não é impedimento para o continuar, para o evoluir, para o desenvolver. Estarem em um mesmo caminho não é automaticamente estar em uma mesma rota, porém, quando as rotas forem as mesmas há cooperação, aprendizado, companheirismo e lealdade. E quando a rota já não for a mesma, o respeito, o entender e nunca desmerecer tudo aquilo que durante o estar junto foi compartilhado. Que o mágico de Oz nos ensine que sozinhos não chegamos a lugar nenhum, mas que juntos podemos muito mais, apesar dos pesares, das dificuldades e dos nossos defeitos.


terça-feira, 7 de maio de 2013

Só na pressão?

         Conheci ele há uns 3 anos, se não me engano. Gostei, gostei muito. Uma voz não muito comum a aquelas que a gente tá sempre acostumado a ouvir. O nome dele era Thalles Roberto, um desconhecido da maioria das massas consumidoras de cds no meio evangélico. Seu discurso humilde me fez acreditar, num pequeno lampejo de esperança, de que ele não ia se corromper ao mercado gospel, aos shows e toda essa maracutaia que é o mercado gospel. Mas não, ele seguiu a carreira da fama, heresias e vexame. 
         Teve a polêmica da limousine com o Thalles, uma lá que as pessoas concorreriam a uma voltinha em uma limousine com a quarta pessoa da trindade (sim, ele está se sentindo isso, só pode!!). Ele desmentiu essa promoção e eu acreditei com minha cara de tacho...só que não. E ainda, ele teve a petulância de dizer o seguinte: "Eu não sou artista, sou pastor. As pessoas que me acompanham não são fãs, são ovelhas. Tenho muito respeito e temor pelo chamado que o Senhor me confiou". Ai que engraçado e comediante esse moço. 
         Tem os seus escândalos e profetadas nos seus shows. Sim, eu já fui em um show dele e posso falar sobre tal fato. Uma amiga foi em um show que ele deu uma toalinha ungida. Ouvi que em outro show dele ele fala para uma mãe de um usuário de drogas que o menino seria liberto das drogas só com outra toalinha ungida dele. O sangue de Jesus, pra que, né? E uma das últimas, ele postou uma foto no seu instagram chorando por conta do Espírito Santo. Na hora lembrei desse versículo: “E quando vocês orarem, não sejam como os hipócritas. Eles gostam de ficar orando em pé nas sinagogas e nas esquinas, a fim de serem vistos pelos outros. Eu lhes asseguro que eles já receberam sua plena recompensa” (Mateus 6:5). Não preciso dizer mais nada sobre esse caso, não é?
         Tudo isso e mais outras coisas foram me desgastando com relação a ele. As letras das suas músicas sem cabimento e todo mundo lá levantando as mãozinhas e cantando. Aí, ontem descubro mais uma nova polêmica dele. A sua nova música Filho meu, é uma heresia sem tamanho, na qual Deus chora e leva porta na cara. Fui tentar escutá-la e consegui por 2 minutos.
         Não apenas pela heresia em si, mas algo me fez refletir sobre essa música. Ela está mostrando a forma que nossa geração está com relação ao evangelho, a forma que estamos permitindo que multidões aplaudam heresias, que seja normal e aceitável esse estupro público da palavra de Deus. Thalles Roberto é apenas um dos que mostram o reflexo desses novos cristãos que se dizem protestantes, mas que nunca ouviram falar sobre Lutero e nem sequer sabem coisa alguma sobre as Solas. Novos convertidos preocupados em suas experiências espirituais, em serem dos 3 que eles nem mesmo conhecem. Só na pressão? Oi? Cristãos que da boca pra fora exaltam a Deus, porém seus corações estão corrompidos de si mesmo, estão cheios e cobertos de idolatria por aquilo que o cantor disse no show e determinou na música. Se o cantor disse isso na música pra que eu vou na bíblia procurar a veracidade dos fatos? Cristãos de massa, de manipulação, de achismos que cantar sobre si mesmo é adorar e louvar ao único digno. Cristãos que são levados a acreditar que indo no show do cantor gospel algo está sendo feito pelo Reino, como se Deus precisasse disso. Como se Deus chorasse, fosse um fraco e bobalhão. Ridículo demais essa teologia de um deus pidão e que sente dor. Sério, estou com dó desse deus.
         Enfim, é preocupante demais toda essa situação, a forma que as coisas concernentes a fé cristã estão caminhando me assustam e machucam meu coração com força. Temos nos omitido com aquele velho papo de que cada um se acerte com Deus e deixamos que mais e mais pessoas sejam tragadas por um evangelho falso e herético. Se você não concorda com o que vê, porém, se cala diante disso, você está contribuindo para a decadência do evangelho. Não é porque algumas coisas da fé são inexplicáveis que tudo será sem um mínimo de lógica, Deus não é burro, nem esquizofrênico. Ah, Deus também não tá chorando porque alguém o rejeitou, a dor e choro eterno são daqueles que não se renderem ao amor provado pelo filho unigênito.
         E como sou contra a formação fechada de opiniões, segue a música para você analisar e tirar suas próprias conclusões.  
          




segunda-feira, 6 de maio de 2013

Você vai morrer pecador


"O cristão não é uma pessoa que jamais erra, e sim, alguém capacitado a se arrepender, reerguer-se e começar de novo depois de cada queda"
C.S. Lewis

            Você vai morrer na condição de pecador, seu pecador desgraçado. Sim, vamos todos morrer pecadores, por mais esforços que façamos uma vida inteira, por mais vida de santidade e busca de Deus que possamos dizer que temos, isso nunca vai nos tornar melhores que ninguém, nem tampouco, nos tornar sem pecado e perfeitos. Nossa natureza já é pecadora por si só, nascemos assim, morreremos assim.
         Um evangelho no qual você deve ser perfeito não é verdadeiro, uma vez que o único que foi perfeito e sem pecado foi Cristo.Investir nessa ideia irreal é querer dizer que você pode ocupar um mesmo lugar que Cristo, que as tuas ações vão te justificar, que a tua busca vai te dar um lugar mais próximo de Deus. Não, não e não, repito enfaticamente que é a graça que dá salvação, é o amor de Jesus que cobre uma multidão de pecados. Se fossemos justificados por nossas ações o ladrão da Cruz não seria salvo porque ele estava naquela cruz, ao lado de Jesus, por conta de suas ações erradas, mas não, ele estaria com o Salvador no paraíso. Isso foi graça, amor e misericórdia.
         Eu sei que Jesus, durante o sermão do monte, disse que deveríamos ser perfeitos (Mateus 5:48: Mas vocês devem ser PERFEITOS, tanto como seu Pai do céu é perfeito). Fui a procura do significado da palavra no grego e a palavra usada é teleios que significa completo, maduro, perfeito. Ao meu entender, Cristo nos chama a maturidade e não a perfeição completa, porque como diz todo mundo por aí: NINGUÉM É PERFEITO, nem o será porque inevitavelmente, querendo ou não, pecamos todos os dias.    
         Lembrando que a bíblia é feita de contextos e não de palavras jogadas e interpretadas separadamente, Jesus estava discorrendo sobre as bem-aventuranças, sobre a Lei de Moisés, amar os inimigos e então nesse momento fala sobre a perfeição. Acredito que ele estava nos ordenando acerca de sermos maduros nas questões colocadas durante o sermão, que a forma pela qual deveríamos agir era inspirada na perfeição de Deus. Ele não nos retira o direito que no decorrer da caminhada vamos falhar, errar, pecar e nos fadar a condição de imperfeitos. Seus ensinamentos são direcionados às nossas imperfeições, com o intuito de nos tornar pessoas melhores, de implantar o reino aqui na terra, no entanto, todavia e jamais, quis nos dizer que isso nos tornaria pessoas perfeitas, que por executarmos tais ações seríamos dignos de perfeição. Não somos dignos de nada, a não ser a morte. Pela zilhonéssima e não última vez na vida repito que somos salvos pela graça.
         Ser salvo pela graça, ok. Nossas ações não nos dão salvação, ok. No entanto, é nosso dever cristão a busca constante pelo cumprimento dos ensinamentos de Jesus, porque dessa maneira, e somente dessa maneira, demonstramos quem tem o senhorio sobre as nossas vidas. Pela ação do Espírito Santo, pelos ensinamentos de Cristo e inspirados pela perfeição de Deus, vamos trilhando o caminho da nossa maturidade cristã, do nosso prosseguir para o alvo.
         E hoje eu tenho visto em muitas igrejas esse ensinamento de perfeição inalcançável, essa cobrança incansável de perfeição, quando igreja é lugar de gente doente e de gente que está se curando todos os dias para ajudar gente doente. Essa ideia sem fundamento que a vida com Cristo é perfeita, que a nossa busca nos condiciona melhores patamares diante de Deus, são as maiores furadas, entre as grandes furadas, que podemos cair. No fim, as igrejas estão inchando de pessoas sem base teológica e de fé nenhuma e se esvaziando de mentes pensantes que questionam tais ensinamentos de perfeição, que são barradas devido as suas imperfeições, ao seu não se moldar a massa. As pessoas estão se ferindo profundamente e ninguém tá vendo isso, se você não é perfeito, saiba sempre alguém vai apontar o dedo.
         Vamos morrer pecadores, porém, restaurados pela cruz, redimidos por ela e reconhecendo que por ele e para ele (somente ele!!) são todas as coisas, amém!

Padre Zezinho me edificando, amém igreja?
"Não sou santo, nem sou anjo e nem demônio. Eu sou só eu, imperfeito, insatisfeito, mas feliz, aqui vou eu. Eu sou contradição, eu sou imperfeição, só Deus é coerente"





Você me deu esperança
Você me completou na cruz
Você tomou meu lugar
Você me mostrou graça
Na cruz onde morreu por mim

E sua glória brilha como a luz do sol
De geração em geração Ele brilha
Olhem para os céus, ouça o clamor dos anjos
Dizendo Santo é o Senhor

Você me deu esperança
Você me completou na cruz.
Você tomou meu lugar
Você me mostrou graça
Na cruz onde morreu por mim

E sua glória brilha como a luz do sol
De geração em geração Ele brilha
Olhem para os céus, ouça o clamor dos anjos
Dizendo Santo é o Senhor


sexta-feira, 3 de maio de 2013

Meu amontoado de erros confessados


Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. 
Amém. 
Romanos 11:36


    Não, não estou na melhor fase da minha fé. São dúvidas, questionamentos e algumas incertezas quanto alguns dos passos que já dei na caminhada. Algumas coisas erradas que eu achei que estavam certas, algumas outras que por puro egoísmo foram aceitas como verdade, porque eram mais confortáveis e de certa forma, me justificavam, quando na realidade, apenas Cristo, e nada além dele, me justifica. Não nego o quanto eu errei, tentando acertar, mesmo assim, foram inúmeros erros. E como dizem por aí, o inferno tá cheio de boas intenções.
    Tem sido difícil parar para pensar e ver o quanto de baboseiras me levei a acreditar. O quanto a bíblia deixou de ser a vontade de Deus revelada, e sei lá o quê, foi colocado na mesa como verdade. Eu tirei incontáveis vezes Jesus do centro da minha fé, chegando a colocar as minhas ações, como algo que fosse suficiente para a minha salvação, como se a graça não fosse o necessário. Todos pecaram e carecem da glória de Deus, pronto. Por mais que eu faça, e deva fazer, na minha vida, não é isso que me dá a salvação. A salvação foi conquistada quando alguém foi lá e morreu a minha morte eterna, se fez maldito por mim e o castigo que nos traz a paz estava sobre ele e pelas SUAS pisaduras fomos sarados (Isaías 53:3). É o gesto de Cristo que dá a salvação!! E por que é tão, mas tão, complicado entender isso?
    O pecado entrou por um homem, saiu por outro. A conta é simples: um fez a dívida, outro a desfez. Por que colocar pré-requisitos para a plena liberdade em Cristo? Por que dizer que ainda não somos totalmente livres, quando o único requisito de libertação é Jesus, que é o caminho, verdade e vida? Não, a vida abundante não está em dar o dízimo, não está em receber oração do pastor fulano de tal, não está em orar em línguas, em cair no espírito, em ser curado, em ganhar um bom salário, em fazer viagens missionárias, em ostentar uma vasta rede de amigos, estar em uma igreja com 3 mil membros. A vida abundante é dar graças em tudo, é perceber o amor de Deus nos quatro cantos, é adorar em qualquer circunstância, é entender que a vida terrena em nada se compara com a vida eterna, com o incrível participar da eternidade com Cristo, é saber que não cabe no coração humano, nem tampouco em seu pensamento, tudo aquilo que Deus está fazendo para aqueles que nele depositam a sua vida. A vida abundante, é andar em pleno deserto, é querer desanimar, mas saber que a força que te motiva é estar firme na rocha.
    Tive um extremo medo de abandonar minha fé. As coisas não estavam de certo modo certas, isso não batia com os ensinamentos que tive desde a infância. Eu estava me movendo a outra fé, a outro senhor e salvador.  Só não arrebentei com tudo e larguei os bets porque Deus é misericordioso demais, porque mesmo em meio a um deserto desgraçado pude sentir a graça superabundar e ele cuidou dos estilhaços do meu coração que estavam espalhados pelo chão. Não estava machucada por Deus, porém, machucada pelas circunstâncias nas quais me coloquei, por tudo aquilo errado que penetrou na minha fé, pela minha permissão a emoções tão fugazes, pelo meu sentimento egoísta que eu poderia dominar o poder. Não, eu não domino nada. O domínio, autoridade e poder pertencem ao criador de tudo, ao autor da minha fé. A mim pertence a chance que ele acrescenta dia após dia no meu caminhar, o aproveitar correto das misericórdias que se renovam a cada manhã.
    Sou grata porque Deus abriu meus olhos, mostrou toda imundícia que deixei penetrar no coração e mesmo assim permaneceu do meu lado com seu infinito e maravilhoso amor. Gratidão pelo fato que ele se revela cada vez mais simples, mais leve e menos descomplicado. Ele não precisa de palavra profética, de ato profético, de mentirada profética para mostrar seu poder. Ele não precisa de um monte de gente fazendo coisas sem noção, ele não precisa de mim, ele não precisa de você, para mostrar sua grandeza. Ele subsiste a toda e qualquer falsa doutrina, ele é está além de todas as nossas subjeções, explicações, justificativas e formas de explicá-lo. Quem sabe, ele é um anão que usa meias coloridas. Não me importa isso. Sei que ele é real, maravilhoso e infinto em misericórdia. Sei que ele não mudou seu amor quando eu o amei da maneira errada, quando eu me motivei da maneira errada, quando eu acreditei em coisas que desmereciam a importância do sacrifício da Cruz.
    Não vou cuspir no prato que comi, as dificuldades que passei, as incertezas que ainda tenho, as coisas que senti, não foram em vão. Tudo me fez aprender, as dores deixaram marcas quando foram feridas e duvidar faz parte do caminhar pela fé. Os caminhos pelos quais quase me perdi me ensinaram a forma de sair deles e a gente só sai das coisas erradas com vontade própria e graça. Eu vi que não sou imune e acreditar nesse parâmetro de cristianismo é achar que somos salvos por meramente nossas ações, por ritos de passagem, por pura idolatria da nossa vida com Deus, que é tão inútil e descartável quando o alvo exclusivo somos nós mesmos, quando o nosso foco, no fim, é apenas mostrar para o mundo que somos santos, ungidos e uns babacas espiritualizados na nossa bolha de unção. Não vou desmerecer que errar não fez parte do processo de aprender, só espero não cometer os mesmos erros, isso será burrice demais.



Quando se sentiu certo
Tudo deu errado, não pode consertar
No dia em que se deu conta
Percebeu que Deus te deu a chance de recomeçar