sexta-feira, 3 de maio de 2013

Meu amontoado de erros confessados


Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. 
Amém. 
Romanos 11:36


    Não, não estou na melhor fase da minha fé. São dúvidas, questionamentos e algumas incertezas quanto alguns dos passos que já dei na caminhada. Algumas coisas erradas que eu achei que estavam certas, algumas outras que por puro egoísmo foram aceitas como verdade, porque eram mais confortáveis e de certa forma, me justificavam, quando na realidade, apenas Cristo, e nada além dele, me justifica. Não nego o quanto eu errei, tentando acertar, mesmo assim, foram inúmeros erros. E como dizem por aí, o inferno tá cheio de boas intenções.
    Tem sido difícil parar para pensar e ver o quanto de baboseiras me levei a acreditar. O quanto a bíblia deixou de ser a vontade de Deus revelada, e sei lá o quê, foi colocado na mesa como verdade. Eu tirei incontáveis vezes Jesus do centro da minha fé, chegando a colocar as minhas ações, como algo que fosse suficiente para a minha salvação, como se a graça não fosse o necessário. Todos pecaram e carecem da glória de Deus, pronto. Por mais que eu faça, e deva fazer, na minha vida, não é isso que me dá a salvação. A salvação foi conquistada quando alguém foi lá e morreu a minha morte eterna, se fez maldito por mim e o castigo que nos traz a paz estava sobre ele e pelas SUAS pisaduras fomos sarados (Isaías 53:3). É o gesto de Cristo que dá a salvação!! E por que é tão, mas tão, complicado entender isso?
    O pecado entrou por um homem, saiu por outro. A conta é simples: um fez a dívida, outro a desfez. Por que colocar pré-requisitos para a plena liberdade em Cristo? Por que dizer que ainda não somos totalmente livres, quando o único requisito de libertação é Jesus, que é o caminho, verdade e vida? Não, a vida abundante não está em dar o dízimo, não está em receber oração do pastor fulano de tal, não está em orar em línguas, em cair no espírito, em ser curado, em ganhar um bom salário, em fazer viagens missionárias, em ostentar uma vasta rede de amigos, estar em uma igreja com 3 mil membros. A vida abundante é dar graças em tudo, é perceber o amor de Deus nos quatro cantos, é adorar em qualquer circunstância, é entender que a vida terrena em nada se compara com a vida eterna, com o incrível participar da eternidade com Cristo, é saber que não cabe no coração humano, nem tampouco em seu pensamento, tudo aquilo que Deus está fazendo para aqueles que nele depositam a sua vida. A vida abundante, é andar em pleno deserto, é querer desanimar, mas saber que a força que te motiva é estar firme na rocha.
    Tive um extremo medo de abandonar minha fé. As coisas não estavam de certo modo certas, isso não batia com os ensinamentos que tive desde a infância. Eu estava me movendo a outra fé, a outro senhor e salvador.  Só não arrebentei com tudo e larguei os bets porque Deus é misericordioso demais, porque mesmo em meio a um deserto desgraçado pude sentir a graça superabundar e ele cuidou dos estilhaços do meu coração que estavam espalhados pelo chão. Não estava machucada por Deus, porém, machucada pelas circunstâncias nas quais me coloquei, por tudo aquilo errado que penetrou na minha fé, pela minha permissão a emoções tão fugazes, pelo meu sentimento egoísta que eu poderia dominar o poder. Não, eu não domino nada. O domínio, autoridade e poder pertencem ao criador de tudo, ao autor da minha fé. A mim pertence a chance que ele acrescenta dia após dia no meu caminhar, o aproveitar correto das misericórdias que se renovam a cada manhã.
    Sou grata porque Deus abriu meus olhos, mostrou toda imundícia que deixei penetrar no coração e mesmo assim permaneceu do meu lado com seu infinito e maravilhoso amor. Gratidão pelo fato que ele se revela cada vez mais simples, mais leve e menos descomplicado. Ele não precisa de palavra profética, de ato profético, de mentirada profética para mostrar seu poder. Ele não precisa de um monte de gente fazendo coisas sem noção, ele não precisa de mim, ele não precisa de você, para mostrar sua grandeza. Ele subsiste a toda e qualquer falsa doutrina, ele é está além de todas as nossas subjeções, explicações, justificativas e formas de explicá-lo. Quem sabe, ele é um anão que usa meias coloridas. Não me importa isso. Sei que ele é real, maravilhoso e infinto em misericórdia. Sei que ele não mudou seu amor quando eu o amei da maneira errada, quando eu me motivei da maneira errada, quando eu acreditei em coisas que desmereciam a importância do sacrifício da Cruz.
    Não vou cuspir no prato que comi, as dificuldades que passei, as incertezas que ainda tenho, as coisas que senti, não foram em vão. Tudo me fez aprender, as dores deixaram marcas quando foram feridas e duvidar faz parte do caminhar pela fé. Os caminhos pelos quais quase me perdi me ensinaram a forma de sair deles e a gente só sai das coisas erradas com vontade própria e graça. Eu vi que não sou imune e acreditar nesse parâmetro de cristianismo é achar que somos salvos por meramente nossas ações, por ritos de passagem, por pura idolatria da nossa vida com Deus, que é tão inútil e descartável quando o alvo exclusivo somos nós mesmos, quando o nosso foco, no fim, é apenas mostrar para o mundo que somos santos, ungidos e uns babacas espiritualizados na nossa bolha de unção. Não vou desmerecer que errar não fez parte do processo de aprender, só espero não cometer os mesmos erros, isso será burrice demais.



Quando se sentiu certo
Tudo deu errado, não pode consertar
No dia em que se deu conta
Percebeu que Deus te deu a chance de recomeçar

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